Modificação do tempo: tomara que chova!
cg.contributor.affiliation | Technical Centre for Agricultural and Rural Cooperation | en |
cg.contributor.donor | European Union | en |
cg.coverage.region | ACP | |
cg.coverage.region | Africa | |
cg.coverage.region | Caribbean | |
cg.coverage.region | Oceania | |
cg.howPublished | Formally Published | en |
cg.issn | 1019-9381 | en |
cg.journal | Esporo | en |
cg.place | Wageningen | en |
cg.reviewStatus | Internal Review | en |
cg.subject.cta | RECURSOS NATURAIS | en |
dc.contributor.author | Technical Centre for Agricultural and Rural Cooperation | en |
dc.date.accessioned | 2015-03-30T13:55:12Z | en |
dc.date.available | 2015-03-30T13:55:12Z | en |
dc.identifier.uri | https://hdl.handle.net/10568/64420 | |
dc.title | Modificação do tempo: tomara que chova! | en |
dcterms.abstract | Em muitos países ACP com populações em crescimento, a escassez de água é um grande obstáculo ao desenvolvimento agrícola... | en |
dcterms.accessRights | Open Access | |
dcterms.audience | Development Practitioners | en |
dcterms.bibliographicCitation | CTA. 2006. Modificação do tempo: tomara que chova!. Esporo 72. CTA, Wageningen, The Netherlands. | en |
dcterms.description | Em muitos países ACP com populações em crescimento, a escassez de água é um grande obstáculo ao desenvolvimento agrícola. Durante décadas, os cientistas vêm-se debatendo com o desafio de produzir chuva através de meios artificiais. As novas tecnologias aproximaram-nos deste objectivo. Mas, funciona mesmo? Segundo o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (UNEP), por volta de 2025, dois terços da população mundial terá de enfrentar a escassez de água. As crescentes necessidades de água doce devidas ao rápido crescimento demográfico, conjugadas com recentes períodos de seca severa, atraíram as atenções para África. Cerca de 66% do continente está agora classificado como deserto ou zona árida e 3% do PIB agrícola perde-se anualmente devido às perdas de solo e nutrientes na África subsariana. Mas o cenário em algumas regiões das Caraíbas e do Pacífico não é mais animador. No Ano Internacional dos Desertos e da Desertificação, o desafio de desenvolver novas fontes de água para grandes áreas do Sul, tornou-se um assunto de grande urgência. Alguns cientistas acreditam que na tecnologia moderna pode estar a solução. O que é necessário, dizem eles, é fazer chover mais. Afim de induzir a preciosa água a cair dos céus, os peritos desenvolveram técnicas que envolvem a pulverização das nuvens com partículas químicas, provocando chuva destinada à rega das culturas ou ao reabastecimento dos aquíferos. O interesse na produção de chuva foi despoletado pela forte seca no Sahel entre 1968-1974, mas a modificação do tempo - para lhe dar o nome oficial - já vem de longe. Quase todas as tentativas modernas para modificação do tempo envolvem a pulverização das nuvens, usando foguetões, aviões, canhões ou geradores no solo para disparar partículas para dentro das nuvens favorecendo a condensação do vapor à sua volta e provocando assim a sua queda sob a forma de chuva. A pulverização de nuvens remonta ao final dos anos de 1940 quando dois cientistas americanos descobriram acidentalmente que gotas de água superarrefecida podiam ser convertidas em cristais de gelo usando quer neve carbónica, quer iodeto de prata. Seguiram-se rapidamente experiências na atmosfera, e os programas operacionais de pulverização de nuvens começaram por volta de 1950. Mais recentemente, a melhoria dos sistemas de observação e a criação de modelos permitiram analisar com mais detalhe os processos de precipitação e abriram novas oportunidades. O desenvolvimento de novos equipamentos - como aviões com sistemas de medição de parâmetros microfísicos e dos movimentos do ar, radares, satélites e redes pluviométricas automáticas - aproximaram a produção de chuva mais da realidade. Demasiado bom para ser verdade? Segundo a Organização Mundial de Meteorologia (OMM), os projectos de pulverização de nuvens estão a ser levados a cabo em mais de 40 países, incluindo a Austrália, China, Estados Unidos, Índia e Rússia. Na zona ACP, a África do Sul lidera este campo, com o Burquina Faso a surgir como o actor mais recente. O Senegal iniciou um programa de intensificação de chuva e no Zimbabué a pulverização de nuvens tem sido usada regularmente como ajuda à agricultura durante períodos de escassez natural de chuva. Como funciona A pulverização de nuvens baseia-se no princípio da sua estimulação com substâncias para libertar a chuva. As nuvens frias e as nuvens quentes requerem diferentes métodos de pulverização. A pulverização de nuvens frias, denominada glaciogénica, consiste em disparar iodeto de prata para as nuvens por forma a desencadear a formação de cristais de gelo. A pulverização de nuvens quentes, ou higroscópica, foi desenvolvida por investigadores sul-africanos que testaram a projecção de cristais de sal usando foguetes fixados nas asas de um avião. 1. Um avião ou foguetões dispersam substâncias (iodeto de prata ou neve carbónica, por exemplo) no meio das nuvens para fomentar a coalescência das gotículas. 2. Estas gotículas de água superarrefecida (em estado liquido abaixo do ponto de congelação) transformam-se em neve e derretem-se à medida que caem. 3. O calor libertado à medida que as gotículas congelam, impulsiona correntes ascendentes, que levam mais ar húmido para a nuvem. Aparentemente, as vantagens da pulverização das nuvens são claras. Segundo a OMM, estudos têm demonstrado que a tecnologia pode produzir benefícios económicos significativos. Uma equipa sul-africana que levou a cabo um estudo a longo prazo sobre o assunto afirma que a técnica pode aumentar a massa das gotas de água nas nuvens até 60%. A equipa levou a cabo programas experimentais de pulverização na província do Limpopo, afectada pela seca, e concluiu haver uma relação benefícios / custos superior a 7, com aumentos visíveis nos rendimentos de culturas de sequeiro como o milho, pastagens e a produção de madeira. Mas apesar do seu aparente potencial, a pulverização das nuvens continua a ser uma prática controversa, e em certos círculos científicos existe cepticismo acerca da viabilidade destes métodos para aumentar os recursos de água. Muitos peritos concordam que é necessário responder a questões fundamentais para fornecer à tecnologia uma base científica sólida. O governo do Quénia tentou a pulverização de nuvens na década de 60, mas desistiu após resultados decepcionantes. Um obstáculo à difusão desta tecnologia no Sul é o seu elevado custo inicial. A tecnologia requer equipamento sofisticado, procedimentos e material de monitorização, incluindo pelo menos três aviões por cada operação, um radar meteorológico e equipamento de medição do ar - um sistema informatizado e programas de análise dos dados, uma rede pluviométrica e estações meteorológicas automáticas. No Zimbabué, onde os aviões eram fornecidos principalmente pelos agricultores, o problema principal era a falta aviões suficientes. Não há chuva sem nuvens Mas a fim de fazer chover, são necessárias formações de nuvens adequadas. E a maioria das zonas com pouca chuva tem também poucas nuvens. Segundo o agrometeorologista italiano, Pasquale Steduto, | en |
dcterms.isPartOf | Esporo 72 | en |
dcterms.issued | 2006 | en |
dcterms.language | pt | |
dcterms.license | Copyrighted; all rights reserved | |
dcterms.publisher | Technical Centre for Agricultural and Rural Cooperation | en |
dcterms.type | News Item |
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